Sobre evoluções e revoluções

Revolução industrial, Revolução de 30, Revolução Francesa, Revolução Farroupilha e aí vai. O que fizeram esses fatos para aparecerem em nossos livros de História com a denominação de revolução? Alias, o que é uma revolução?

Segundo o Dicionário Aurélio, revolução é “a transformação radical dos conceitos artísticos ou científicos dominantes em uma determinada época” ou “pertubação”, segundo o mesmo dicionário.

Agora, antes de retomarmos a conceitos, vamos dar uma rápida passada pela filosofia do alemão Hegel. Segundo ele, os fatos históricos se sucedem seguindo um processo constante, conhecida como a dialética hegeliana. Segundo tal dialética, a sucessão dos fatos ocorre como um resultado do confronto de pensamentos opostos. Vamos dizer que uma idéia muito difundida (tese) seja combatida por outra (antítese) até que desse impasse surja uma idéia ou pensamento que seja um meio termo entre as duas (síntese). Até que essa síntese vire a tese para outra antítese e aí vai se desenhando a história.

Bem, se todo história se desenrola a partir desse modelo constante e, de certo modo, previsível, isso inclui então as revoluções, que nada mais é do que uma pequena parte da evolução e ainda assim pautada em idéias anteriores, o que acaba tirando um pouco da sua, digamos, originalidade.

Se formos levar em conta o que diz o Aurélio acerca da revolução, então ela não deve seguir esses sistemas de teses, antíteses e sínteses, pois, além de perturbar o sistema, ela deve ser uma mudança radical, sem resquícios das anteriores.

Difícil fazer revolução, né?

Já dizia a música, “minha dor é perceber que apesar de termos feitos tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais”