Protesto bem humorado

(Breve parênteses de divulgação de opinião em meio à correria do dia-a-dia.)

Anualmente, acontece em São Luís do Maranhão um evento literário que reúne atividades culturais e pedagógicas, além da venda de livros: a chamada Feira do Livro. Na minha mais recente visita ao evento - que teve a belíssima sorte de se perpetuar na cidade -, enquanto eu lia um dos livros que comprei na mesma feira, fui surpreendida por um dos monitores que, munido de uma cestinha na mão, me ofereceu um dos diversos papéis que estavam organizados no pequeno depósito. Mas não, não era um papel comum com drops de informações... Era papel comestível. (!)

Pois bem, depois de escolher o papel e passar ligeiros cinco segundos de espanto, resolvi analisar o por quê daquela invenção estrambólica fazer parte do evento e valer uma intervenção na minha leitura. E pra minha sorte - ou excesso de divagação, se preferirem - cheguei a uma conclusão.

Sendo bastante sincera e munida de um bom senso de realismo, reconheço que a capital maranhense apesar dos incríveis avanços e inovações que somam perfeitamente à evolução da cidade, ainda sim possui seus atrasos culturais e impossibilidades intelectuais. Como disse, fico honrada pela continuidade anual do evento literário na cidade, que cada vez mais vem sendo incrementado com boas palestras e cafés literários (o que ainda não me convence da inexistência de um quase dominador apelo econômico por trás da feira, mas isto é assunto para um outro post), mas apesar destes estímulos tanto para educadores quanto para estudantes ou somente apaixonados por leitura, ainda falta o reconhecimento da importância do evento e um sincero e forte desejo de participar, aprender, filosofar, ler e desenvolver conhecimentos. Um exemplo disto se encontra até na pouca divulgação da feira.

Enfim, tendo noção dessa realidade, fica um tanto clara a intencionalidade do nosso querido papel comestível. Não apenas saciar a fome de saber, mas impregnar nossas entranhas do que o Maranhão pode nos oferecer, culturalmente falando. Nas possíveis palavras dos organizadores; "Se há a preguiça de ler, se não há a gula intelectual, que lhes enfiem as palavras goela abaixo!"

Um comentário:

  1. Vai ver pra surtir o efeito desejado ainda tenham que fazê-los com gosto de Guaraná Jesus.

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