[COLABORAÇÃO] Segurança pública: uma reflexão

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O post de hoje é uma colaboração de Gildson Souza, que apesar de não mais fazer parte da administração do blog, continua leitor assíduo e sempre bem-vindo aqui neste espaço. Obrigada pela colaboração, Gildson!

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Segurança pública e política
Por Gildson Souza

Quando se menciona a expressão “segurança pública”, a primeira imagem que vem na cabeça de muitos é a de um policial na rua. E, sem dúvida, a polícia é a força de maior expressão no que diz respeito à segurança pública. Talvez por isso é sempre o que a população mais exige de seus governantes quando em determinadas regiões se acentuam os níveis de criminalidade e nossos administradores públicos, com muita relutância, às vezes atendem. No entanto, costumo dizer que a polícia é apenas a derradeira alternativa que se pode usar parar manter a ordem pública. É apenas o braço mais ativo e forte (literalmente) da vontade do Estado. Polícia nunca será sozinha um sinônimo de segurança.

Segurança pública está além do que se vê. Está na boa educação que nossos filhos e filhas irão receber em escolas de qualidade que certamente lhes garantirá vaga na universidade. Está na garantia de um bom emprego que o Estado deve dar ao cidadão, emprego esse que dê ao trabalhador um salário com o qual ele possa viver dignamente com sua família. Esse retrato é muito diferente daquele que vemos diariamente ao vivo ou através dos meios de comunicação. Nossas escolas públicas e universidades estão sucateadas, a fila de desempregados não para de crescer, falta infra-estrutura em muitas das nossas cidades (principalmente nos subúrbios e periferias) e pra quem sobra a pior fatia desse bolo? Sobra pra muitos brasileiros sem opções, sem dinheiro, sem trabalho e sem casa. Brasileiros que, marginalizados, acabam indo pelo caminho das drogas e quase sempre pelo caminho do crime também. Não defendo assim de maneira nenhuma que a pobreza ou a necessidade justifique o comportamento de muitos que cometem roubos, assassinatos ou demais crimes. Só quero destacar que é o próprio Estado que não dá garantias pra sua própria sociedade, mas no entanto pune o infrator que, de certa forma e na grande maioria dos casos, ele mesmo “fabricou”.


Por essas e por outras que não é só a polícia que dá ao individuo honesto garantias de segurança, é sim toda uma série de atitudes do Estado (educação, emprego, moradia, saúde...) e, claro, depende de nós mesmos. Somos nós que fazemos o Estado, somos nós que cobramos e somos nós que devemos fazer alguma diferença.

Um comentário:

  1. Belíssimo texto, Gil!
    achei legal a contextualização com um texto de um estudante de CFO.
    abraços blogosféricos! ^^

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