Poesia que contagia

O livro Belle Epoque, de Celso Borges, é um convite à reflexão e à participação no fazer poético. Nas minhas últimas folheadas por ele, encontrei uma réplica escrita por mim em um espaço em branco especialmente planejado para tal atividade - um espaço bastante convidativo, por sinal. Basta conferir: acima, os escritos de Celso; logo abaixo, a réplica de quem vos fala. Boa leitura!

Esperança (por Celso Borges)

plantar rosas entre ratos
nem mais nem menos
longe das mãos, perfumes, acenos

plantar rosas e açucenas
entre ratos que nelas mijarão

plantar, então
uma constelação de flores
e crescerão

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Ratos brancos de laboratório,
rosas amarelas de vidro
dentro das gaiolas
manipuladas por robôs.

Os ratos que nelas mijarão
expelem antídotos
dermatologicamente testados
no aço inox do braço
da máquina.

humanidade mecanizada

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2 comentários:

  1. Boto muita fé no Celso. Às vezes acho até que ele conseguiu ser melhor que o Leminski, cara.
    Eu nunca comprei o Belle Epoque nem consegui ir no lançamento dele no ano passado :/ honras pra ti, que tem!

    Tem um cara da Bahia, o Mateus Borba, que tem um trabalho parecido com o do Celso. Quem quiser saber mais é só escutar o cd "Do Centro do Meu Umbigo". Música e poesia falada. Meio intervenção sonora.

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  2. Muito obrigada pela dica, Aurélio! :)

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