Qual sua tribo?

"De fato, a posição que ocupamos define o que somos em nossa cultura."
(Novos Fundamentos do Design, Ellen Lupton e Jennifer C. Phillips)

Desde que o mundo é mundo o Homem busca se incluir, consciente ou inconscientemente, em grupos ou tribos que falem um pouco do que ele é através de símbolos, estilo de roupas, cortes de cabelo, atitudes ou até mesmo produtos. É tão grande essa necessidade de se amalgamar que, caso uma inclusão não ocorra, a intelectualidade e sanidade do indivíduo correm riscos sérios. Nos últimos anos, essa segmentação social passou a ser cada vez mais vasta, mas não por isso mais difícil de identificar. Os maiores influenciadores desta divisão são principalmente os mercados da Moda, da Tecnologia e do Design, que com suas roupas praticamente únicas e produtos exclusivos andam conquistando cada vez mais pessoas que se identificam com os recentes lançamentos.


Ilustração: Estúdio Alice
Graças à essa quantidade enorme de "fatores de segmentação", não há como não saber quem é o geek ao ver um sujeito fascinado com seu Mac, sua camisa do Star Wars e/ou sua coleção de DVD's da mais nova série de TV; ou então, não ter dúvidas de quem seja a frequentadora de shows de forró ao dar de cara com uma loira alisada em cima de um salto 15; não duvidar ao reconhecer um legítimo "cult" vendo-se de frente com alguém que adora lançar palavras difíceis e se diz leitor de Nietschze, Sartre, Jung, etc; ou ainda, não titubear no momento de identificar um hipster ao ver passar na rua alguém calçando um sapato alternativo que nem chegou no Brasil. Outros exemplos se tem de sobra...

Cada uma dessas tribos tem seus gostos, atividades preferidas, linhas de pensamento, classe social, produtos adorados e até cores específicas, e um designer que se preze deve saber identificá-los. Como diz a frase que iniciou este post, o que nós somos, fazemos e a classe que ocupamos define o nosso papel dentro da cultura na nossa cidade, estado, país e no mundo, embora todo este sistema cheio de engrenagens antropológicas gire sem muitas vezes nos darmos conta. O designer entra nessa história como o tradutor dos desejos de cada tribo - mesmo que muitas vezes essa afirmação seja camuflada com a ideia de que tudo é feito para uma só pessoa -, e é conhecendo como funciona a sociedade em seus inúmeros estratos que ele poderá alcançar êxito nos projetos. Isso prova que, ao contrário do que a grande maioria dos leigos pensa, Design não é só desenho. Por trás de todo bom designer há um psicólogo, um sociólogo, um antropólogo, um historiador, talvez um músico, pintor ou comediante, só pra arrematar. :)

5 comentários:

  1. Minha vez de dizer: Novo layout bem bacana! ^^
    Abraços Blogosféricos!

    ResponderExcluir
  2. Adorei o novo template... !
    Parabéns Mary!

    ResponderExcluir
  3. Oi visite o meu blog de design ecologico, coloquei um link lá em melhores do design, abraço.

    ResponderExcluir
  4. Oi visite o meu blog de textos de como a vida e´ou deveria ser..até mais.

    ResponderExcluir
  5. Muito interessante o texto!
    Realmente existe a possibilidade sim de reconhecermos "tribos" pela roupa, pelo corte de cabelo, enfim. E os que lutam contra rótulos e não querem participar de tribos? Será que é possível? ; )
    Gostei muito do blog, parabéns!!!
    Quando quiser, sinta-se a vontade para passar no meu. Sou Psicóloga e Coach, penso que você irá gostar dos textos que lá estão.
    http://www.umpapocomavida.com/

    ResponderExcluir