O grito do Modernismo


Quem já leu algo sobre o Modernismo, nem que tenha só passado os olhos por alguma notinha que falava desse movimento, já deve ter se deparado com um marco da literatura dos anos 20: o livro Pauliceia Desvairada, de Mário de Andrade. Digamos que por não ser tão conhecido como deveria, esse livro não encabeça a lista dos mais lidos, o que é uma pena, pois ele não deixa nada a desejar nos quesitos humor, conteúdo e inovação. Mesmo não tendo vivido a época em que ele foi escrito, dá pra notar que a publicação do livro deu um UP, uma verdadeira sacudida no cenário literário brasileiro.



Logo no início do Paulicea, Mário tem uma verdadeira conversa com quem está lendo. No seu Prefácio Interessantíssimo, ele desdobra todas as suas teorias e as do Modernismo, sempre carregado de humor e crítica (o que eu adoro em livros!). A gente percebe o quanto aquele tipo de literatura era algo inusitado e novo, e justo por esse motivo ia de encontro aos conceitos dos escritores anteriores - que com certeza teimavam em manter velhos padrões. O que Mário faz, neste Prefácio, é uma verdadeira provocação, chamando todos para o novo, o moderno.

Depois de páginas e páginas deste Prefácio, as poesias de Mário aos moldes do Modernismo começam a se desembalar. Destaco Ode ao burguês e Paisagem nº. 1 e nº.2, aclamados pela crítica. Ah, e como espetáculo final um acalorado debate formado pelos poetas modernos, o povo, os poetas conservadores e o próprio Mário de Andrade. É realmente incrível! :)

Aí foi mais um badulaque literário, pendurem pra vocês!

Até.

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