Segredos literários: um sonho!

Não sei vocês, mas eu viajo na ideia de ter um livro secreto. :P Uma edição antiga, com cheiro de pergaminho, escrita à mão, de capa dura e com o peso dos livros cheios de conteúdo. Um barato. Ressuscitei esse desejo assistindo o filme O nome da rosa, que, fora todo o contexto que envolve esta obra-prima do cinema, traz em si um livro proibido como epicentro da trama.


Faz tempo que o livro vem tomando espaços, feições e dimensões diferentes. Surgiram novos autores, editoras e fontes. Antigamente - e bem antigamente mesmo - nem todo mundo podia ler, menos gente ainda podia escrever, e isto conferia ao livro um sentido único, como algo raro, denso de significado, valioso e até mesmo perigoso, como percebe-se no filme, em que um livro de Aristóteles a respeito da comédia trazia junto com o veneno de suas páginas a capacidade de matar.


Que maravilha, não é? Ter um livro único em suas mãos, detentor de um conhecimento singular. E o que me dá mais saudade desse desejo que não realizei é o fato de testemunhar, por muitas vezes, a leitura de um determinado livro (ou livros) como objeto de status, ou a leitura como mandamento indispensável na cartilha de um bom "intelectual/socialite/ex-bbb moderno". Nada contra estes e outros perfis humanos lerem, mas às vezes é como se fosse a negação do "ler por prazer" em troca do "ler por obrigação" ou pra "fazer pose".

O que nos falta hoje é ter a sensação do livro como algo de valor inestimável - e não mero produto como ele acabou se tornando com o passar do tempo -, enaltecendo cada página, cada frase, cada palavra, que mesmo não guardando o segredo do universo trazem em si os pequenos segredos que tanto aguardamos e que só uma leitura prazerosa é capaz de desvendar.

Até!

6 comentários:

  1. Tudo é questão do que é valor para cada ser... Seja um livro, seja música, seja sentimento, seja o que for.

    Paz.

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  2. Adorei o post. E adoro o filme também...

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  3. é isso aí, Mary! Nada melhor que uma leitura prazerosa. TeM livros que tem a capacidade de prender a gente e são capazes até de nos transportar p/ outros universos e épocas.

    Adorei o post. Parabéns, bom natal!

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  4. O meu badulaque em sua página já não é mais uma mera atitude diplomática. A diplomacia a que me refiro serviria como gratidão e reciprocidade pelos comentários na página em que escrevo. Tornou-se, na verdade, um badulaque de admiração, dadas a facilidade com que escreve e a destreza ao falar em livros e literatura com inigualável magnitude. Tens em mim um novo fã. Sobre o tema em questão, concordo com você. Não nutro desamores pelo crescente movimento que transforma livros bonitinhos em blockbusters do cinema, mas prefiro os empoeirados, que costumam enconder, entre páginas rasgadas e tingidas pelo tempo de amarelo, os personagens e as histórias mais marcantes da literatura mundial. Está de parabéns! Um forte abraço.

    Rafael França

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  5. ahh o filme é ótimo né e isso que tu disse dos livros é verdade.
    Por falar nisso eu pensando sobre os e-books, livros digitais, eu não troco os livros de papel pelos digitais, nem gosto de ler pelo pc =/ gosto de pegar no livro, sentí-lo. até.

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  6. O livro passou a ser uma experiência individual desde que se lê de forma silenciosa (até o século IV só se lia em voz alta!). E mesmo que a história seja uma só, cada leitor tem uma viagem diferente! Portanto, o teu sonho já deve ter se realizado... :)

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