Nascer, estudar, arrumar um emprego (decente), passar de 30 a 40 anos nele, juntar dinheiro, gastá-lo, se aposentar e, inevitavelmente, morrer. Vendo assim parece que nossa vida já está totalmente determinada e que pouco temos o que mudar nela. E a realidade é mais ou menos essa. Nossos caminhos já foram quase todos traçados por outras mãos que não foram as nossas. O modo como a sociedade se apresenta hoje, cada vez mais padronizada e inflexível, se parece cada vez mais com uma máquina autônoma, onde nós somos as engrenagens e nos mexemos sempre que a máquina ordena. Será que algum de vocês que estão lendo isso agora conseguem burlar ou pular alguma das etapas listadas ali acima e fazer seu próprio caminho?
Abaixo há uma poesia que fala mais ou menos disso. Espero que gostem.
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Apologia a Nietzsche
Por Gildson Souza
Quando comecei a andar
Nem seguer procurei o caminho
Pois já havia me encontrado
Sem nem mesmo ter me perdido
Muito boa reflexão, Mary. A cultura, a sociedade, os meios, os modos: tudo já está sistematicamente preparado quando chegamos ao mundo. Gostei bastante do texto. A poesia é sua? Simples e complexa simultaneamente. Lembrar Nietzsche é sempre fazer referência a alguém que tentou deixar de ser uma simples engrenagem, de ser um homem mediano, para se tornar um Übermensch.
ResponderExcluirUm abraço
Foi mal. A poesia é minha. Esqueci de dizer isso. Ainda bem que perguntou.
ResponderExcluirObrigada pela visita e pelo comentário, Tiago, neste post de estreia do Gildson como colaborador. De fato, a discussão a respeito de nós, indivíduos, como produto de um mundo padronizado (e fazendo pouco diante desta padronização)é muito importante, uma vez que nos estimula a tentar fazer o máximo pra nos desviar desses arquétipos.
ResponderExcluirAté!
Assumir a alienação é, as vezes, um mal necessário...
ResponderExcluirMas pra fazer a revolução é preciso mais do que uma frase de efeito!
inté
ótiima reflexão. Isso é totalmente real e observável e nem precisa de tanto tempo p/ poder constatar. A nossa rotina diária de acordar, escovar os dentes, ir à escola, assistir tv e dormir é um belo exemplo do q tu fala. Parabéns. ótiima estréia
ResponderExcluirperfeita reflexão! somos as engrenagens "sem querer" de uma padronização que muitos de nós até condenam, mas não percebemos que é um mal (des)necessário, porém inevitável e espontãneo.
ResponderExcluirainda bem que ós donos do blog são designers!!!
by: may serra, uma eterna admiradora desses feras.