A que viemos?

Apoiado no texto apresentado pela Mary na última postagem, que falava da morte, da possibilidade de sermos imortais e do medo que sentimos por esse lado ainda desconhecido da existência (isso se ainda existir uma existência depois da morte). Porém ainda estamos aqui esperando que isso aconteça. Mas, enquanto esperamos o que fazemos? Nascemos apenas pra esperar a morte? Estamos aqui fazendo o que? Qual o sentido disso?

Isso sempre foi um assunto muito discutido desde a Idade Antiga por vários filósofos e claro que até hoje não se tem a exata certeza do motivo de estarmos aqui e nem qual o objetivo de nossa passagem pela Terra. O prazer, a felicidade, o amor, a amizade, vontade de viver, Deus, tudo isso já foi usado como resposta pra essa dúvida. Há até mesmo aqueles que acreditam que a vida não tem sentido.

As religiões têm papel fundamental nisso. Quase todas trazem no seu bojo normas que regem a conduta dos seus seguidores no que diz respeito à atividades cotidianas e perspectivas para o futuro. Contudo, não vou me aprofundar a respeito das religiões porque, infelizmente, não tenho um conhecimento muito aprofundado sobre outras religiões fora aquela em que fui criado.

Na minha cabeça nunca me passou a idéia de passar pela vida, eu sempre quis foi viver. Misturava na minha cabeça várias formas de aproveitar bem essa minha hospedagem por aqui, e também pensei que a vida não tem sentido nenhum também. “Estudar pra que se o futuro é a morte” também nunca foi minha praia. Acredito que aqui temos muito o que fazer e aprender (mesmo que não saibamos o quê). Prefiro ser feliz e fazer os outros felizes também. Acho que devemos gostar daquilo que fazemos na vida (ou se der, fora dela).

Depois de ouvir a música “Ouro de tolo” de Raul Seixas percebi o quanto era vazia a ideologia que nossa sociedade capitalista pregava no que diz respeito ao acúmulo de bens materiais e ao utilitarismo. Aqui vale até aquele velho discurso “não vou levar dinheiro pro céu”. Inclusive já tinha discutido esse assunto aqui no blog há um tempo.

Já dizia Clarice Lispector que a verdade é uma experiência interior e inexplicável. Então por mais que eu tivesse absoluta certeza do porquê de estamos aqui e compartilhasse com vocês, muitos continuariam na mesma dúvida. E talvez, baseado no existencialismo, a nossa vida terá o sentido que nós dermos pra ela. Basta saber aonde queremos ir.

“Somos nós que fazemos a vida como der, ou puder, ou quiser...”. - Gonzaguinha