Desconstruções


É natural do ser humano se acomodar. Estamos sempre acostumados com o que é certinho, com o que é diretinho, o que vai de acordo com a multidão. Por isso nos chocamos tanto quando algo segue o rumo totalmente contrário, a exemplo das obras, instalações e poemas dadaístas. Certa vez, li numa apostila de Literatura uma verdadeira "receita" para se fazer um bom poema dadaísta: pegar palavras recortadas de uma notícia de jornal, sacudi-las muito bem e fazer o poema na ordem em que se retira cada palavra. Um verdadeiro liquidificador poético! Não é uma maravilha?

E foi seguindo essa brincadeira que fiz um poema, inserido na série Ensaios, que por enquanto só tem essa produção mesmo. :P

Saiu bem estraninha, mas até cômica. Após lerem a poesia abaixo, lanço a vocês um desafio: quem consegue adivinhar do que falam as palavras, se ordenadas? O título já ajuda muito... Boa leitura!

Piadadá

Esposa
sobem tranquilamente
está só enquanto ato.
Com
chegarem um
voltando faça
marido
motorista
pretende pois concorda ti
muito cobertor
acende
taxista a casa,
esposa
viagem
Isso! Se nu.
Testemunha não grita.
Cabeça
generoso este quarto
sujeito, homem entra
pergunta para eu que táxi
e quando sua
coloca pé
luzes, cama de
dirigem
caso um até
a na
flagrá-la
esposa lá
um dele para
disse ele
casa, arranca cara.
E arma ao você
topa em o de uma o
no ao
as o se pé
o sido outro no
ele do
ante a
do a
e na que o
ser está
Tem tendo.

Ufa!

A imagem acima é de uma obra, um ready-made de Marcel Duchamp.

Até.

Badulaques também tem espasmos de desconstrução!

5 comentários:

  1. Isso serve pra explicar muita coisa sobre as obras do Miguel Veiga com as calças jeans. Elas ficam vazias e isso chama a atenção, pq estamos acostumados a ver as coisas com um olhar materialista.

    Ótimo post

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  2. me pareceu um matéria de um jornal sobre um marido, motorista, que comete um crime depois que flagrou sua esposa em adultério...
    acertei?

    aushuahsuashuashaushauhsuahsrs'

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  3. eu tenteiii, eu tennteii. vou tentar mais tarde de novoo, mary. não consegui '-'

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  4. Segue o palpite do Silvano, tá quase lá!

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  5. Não dá pra responder! Como dizia Tzara, fundador do dadaísmo, esse poema se parece apenas com vc, Mary. Graças a técnica de improvisação racical de dadá, vc é uma escritora infinitamente original, com uma sensibilidade graciosa; entretanto vc será incompreendida do público. O exercício é válido, mas não consegui desvendar o mistério poético.

    Um abraço

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