Bom mesmo é ser plural!

Lendo um livro da época do Realismo, pensei muito nas diferenças dos perfis humanos de hoje para os da época do livro. Se antes os homens e as mulheres tinham que seguir à risca uma verdadeira cartilha de comportamento, hoje as coisas mudaram um pouco mais. Antes, cult era tocar piano, costurar, cozinhar, saber dançar, ler romances moralistas, andar com o lenço eternamente perfumado de colônia, o cabelo partidinho pro lado e ter o porte esbelto. Uma verdadeira onda de mesmice, que desrespeitava muito as vontades individuais.

O bom de tudo é que esse cenário já mudou bastante. Tudo bem que em certos lugares essa mesma onda de mesmice ainda impera, mas, convenhamos, a liberdade individual já conquistou bastante espaço. Sendo assim, por qual motivo nós devemos nos manter sempre bitolados em alguma coisa? Esperem aí, não vão me entender mal! Minha intenção não é construir leitores sem objetivos ou dispersos, pelo contrário. O que questiono é: se há a possibilidade de conhecer várias vertentes, seja na música, na literatura, no Design, no teatro ou coisas assim, por que temos que olhar só pra uma direção?

É aquela velha questão: não se pode falar mal do que não se conhece. Até pra criticar alguma coisa, temos que conhecê-la. Falo isso por que muitas vezes nos bate um preconceito sobre determinado livro, determinada música ou cantor ou até sobre determinada sensação. E quem pensa que conhecer de tudo um pouco acaba por nos fazer construir uma personalidade fragmentada está enganado. Vejo nesse almanaque de conhecimentos o verdadeiro adubo pra uma personalidade densa, amalgamada e bem construída.

Por isso, não tenha medo de ouvir pop, reggae, rock, MPB, jazz, música clássica; ou visitar aquela exposição de arte em que as cadeiras descem do teto. Bom mesmo é ser plural! Abrindo a mente, nossa possibilidade de conhecer mais também se multiplica.

(Ilustração de Lauro Machado)

 

Até!

:)